A hipertensão, popularmente conhecida como pressão alta ou pressão arterial elevada, é uma condição crônica que faz com que o sistema cardiovascular, o coração e o sistema circulatório, tenham um esforço maior do que o normal, com a pressão arterial trabalhando sempre acima do limite esperado. Isso pode levar a problemas muito graves problemas de saúde, como ataques cardíacos, derrames, danos aos rins e insuficiência cardíaca. Em grande parte das vezes a hipertensão não apresenta sintomas, sendo conhecida como uma “doença silenciosa”, o que torna mais difícil o seu diagnóstico e não houver acompanhamento de pressão de tempos em tempos. Uma pergunta recorrente que encontramos é sobre possíveis problemas de pressão “20 x 10” (200 x 100) ou “20 x 11” (200 x 110) ou sobre os limites da pressão alta. Vamos tentar esclarecer algumas dúvidas nesse texto.
Se ao medir a pressão os valores encontrados forem acima de 14 (para a o valor maior) e acima de 9 (para o valor menor), depois de medir a pressão pelo menos duas vezes, a pressão está alta e existe a possibilidade de um diagnóstico de hipertensão! E qualquer valor muito acima de 14×9 exige que a pessoa busque um atendimento de emergência.
Os sintomas da pressão alta
Na maior parte das vezes, a hipertensão não apresenta nenhum sintoma que chama atenção. Por conta disso, a pessoa hipertensa costuma não saber que está com o problema. Apesar de ser um fator determinante para um grande número de mortes, a hipertensão em si não é uma doença listada como causa da morte, porque a fatalidade acontece por conta de consequências que a pressão alta sem tratamento pode trazer: derrames, ataques cardíacos, danos aos rins. Quando os sintomas aparecem, podem incluir dor de cabeça (pela manhã), sangramentos pelo nariz, alterações na visão, cansaço, vômito e náusea. Mas se os sintomas apareceram, é porque a hipertensão já está fora de controle e começou a causar algum dano aos órgãos.
Os valores da pressão ideal e da pressão alta
Para saber se está com pressão alta, basta fazer algumas medições da pressão em um teste rápido com o aparelho de medida de pressão, que é colocado no braço da pessoa. A medida de pressão pode ser feita no posto de saúde, no consultório ou mesmo em casa. Caso os valores de pressão arterial encontrados no teste feito em casa estejam acima de 140 x 90 (ou 14 x 9), é necessário consultar com um clínico geral ou um cardiologista para que ele dê o diagnóstico definitivo de pressão alta, evitando algum erro na medição em casa ou engano na hora de interpretar os resultados.
Em média, valores de pressão próximos a 120 x 80 (ou 12×8) indicam uma condição ideal de pressão arterial. A diferença entre os números é porque o costume é colocar uma vírgula antes do último número ao se falar a pressão. Então se o medidor de pressão mostra 120 x 80 como resultado, se diz que a pressão está 12 x 8. Se o medidor indica 135 x 90, se diz que a pressão está em 13,5 x 9.
Não existe “limite máximo” para a pressão alta, mas existe um limite mínimo a partir do qual se diz que a pressão está alta. Esse limite mínimo são os 14 x 9 que já citamos antes. Se a pressão está acima disso, já é uma situação de hipertensão que pede uma consulta médica para comprovar se houve apenas um aumento pontual da pressão arterial (um pico hipertensivo) ou se é uma condição permanente que pede tratamento.
Porém, valores de pressão como 20 x 10 ou 20 x 11 apontam uma situação de crise hipertensiva ainda mais grave, que podem acontecer com pessoas que não sabem que têm hipertensão ou mesmo com pacientes em tratamento.
O que são as crises hipertensivas (picos de pressão)
Crises hipertensivas acontecem quando a pressão arterial aumenta rapidamente, chegando a valores muito acima dos habituais. O valor de pressão 20 x 10 pode ser considerado um exemplo de uma crise hipertensiva!
Quando o limite mínimo que indica a pressão alta é ultrapassado (acima de 14 x 9), já estamos em uma situação em que a pressão não está sob controle. Nesses casos, exercícios físicos, por exemplo, não são indicados até que a pressão se controle. No caso de valores de pressão muito mais altos, o risco é que essa pressão possa trazer rapidamente ao organismo danos que não irreversíveis, pois podem afetar seriamente os vasos sanguíneos em um período bastante curto de tempo.
É considerada uma crise hipertensiva quando o valor da pressão sistólica (o valor mais alto da pressão) está acima de 18 (o medidor irá indicar 180 mmHg) ou então quando o valor mais baixo da pressão, a distólica, estiver acima de 10 (o medidor irá indicar 100 mmHg). Qualquer um desses valores indica uma crise hipertensiva que precisa de intervenção rápida! Portanto, uma pessoa com pressão 19 x 9 está em crise hipertensiva. Da mesma maneira, uma pessoa com valores de 17 x 11 também é considerada em crise hipertenstiva. Se qualquer um dos valores da pressão arterial estiver muito acima do recomendado, a crise é ainda mais grave.
Existem possibilidades comuns para uma crise hipertensiva:
– O paciente ainda não sabe que é hipertenso e não usa medicamentos ou faz tratamento
– A pessoa faz tratamento para hipertensão mas não toma os remédios corretamente
– O paciente faz tratamento e toma os remédios corretamente, porém a dose ou a frequência recomenda pelo médico não está sendo suficiente para controlar a pressão alta
Controle da pressão alta
Se a medida de pressão indicar que ela está alta mas não houver mais nenhum sintoma, o indicado é que a pessoa aguarde de 20 a 30 minutos, em lugar confortável e sem esforço físico, e faça uma nova medição. Uma nova medida indicando pressão alta faz com que seja necessário procurar um médico. Caso existam também sintomas como dificuldade para respirar, tontura, dores no peito ou desorientação, é necessário que se busque atendimento médico de urgência.
A hipertensão não tem cura. Para controlar a pressão alta, é fundamental medir regularmente a pressão arterial (em casa ou no posto de saúde) e seguir orientações médicas e de outros profissionais de saúde sobre uso de medicamentos e mudanças no estilo de vida. Pacientes hipertensos em tratamento também podem sofrer crises hipertensivas. Por isso, atenção a episódios de tontura, enjoo ou dificuldade para respirar, caso já seja hipertenso diagnosticado.
Quem tem hipertensão diagnosticada deve medir a pressão pelo menos uma vez por semana e anotar os resultados, para apresentar ao médico posteriormente. As mudanças na alimentação, na atividade física e o uso de remédios devem fazer com que a pressão se mantenha abaixo do limite de 14 x 9 continuamente. Caso a pressão esteja acima desse valor mesmo com o tratamento, o médico deve ser consultado para que se avaliem alterações ou ajustes nos remédios ou nas recomendações.
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